Serão investidos três milhões de euros no player número dois do mercado, diz CEO.
Com esta aquisição a EAD espera uma taxa de crescimento consolidado na ordem dos 15%.
A EAD, empresa de gestão documental, com presença na Região Autónoma da Madeira foi às compras em Espanha e adquiriu a delete (empresa pertencente ao Grupo Constant), o player número dois do mercado, por três milhões de euros
A Região Autónoma da Madeira deve beneficiar com o investimento devido ao know how que a empresa espanhola possui na área de destruição, seguro e confidencial de papel, um sector que atualmente está em carência na Região.
O CEO da EAD, Paulo veiga, diz que a aquisição da delete vai permitir uma taxa de crescimento consolidado no grupo na ordem dos 15%. “São três milhões numa empresa que tem uma margem de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 40%”, adianta o CEO da EAD, em exclusivo, ao Económico Madeira.
Paulo Veiga refere que a EAD está a “testar as águas” em Espanha e que a intenção da empresa passa por mais aquisições em terras espanholas, caso a experiência com a delete corra bem. “Somos newcomers. Temos primeiro de entender muito bem como funciona toda a parte jurídico laboral. E depois de lá estarmos com os dois pés firmes podemos começar a olhar. A olhar para o mercado espanhol e para outros operadores no mesmo mercado onde vamos fazer agora o investimento. Há muitas empresas pequenas. E isso é uma das razões que nos leva para lá. Nós vamos investir no player número dois do mercado. E com estas empresas pequenas a gravitar nós rapidamente podemos começar a fazer pequenos investimentos, consolidar a nossa posição, e consolidando tudo chegar a número um da gestão documental. Isso é um plano de médio prazo”, explica Paulo Veiga.
Capilaridades para a Madeira
Com a aquisição da delete, a Madeira deve ganhar outra competitividade na área da destruição do papel. “Nós não comprámos só a empresa. Nós comprámos o know-how que a empresa tem, seja software, sistemas ou maquinaria. Esta unidade de negócio tem uma componente muito forte de destruição, seguro e confidencial, de papel, que é urna lacuna que nós identificamos na Região. Na Região não há operadores para fazer a trituração mecânica dos papéis que eram arquivos no final da sua vida útil. E nós, com esta unidade, de negócio vamos aumentar o nosso know-how, e aumentando esse know-how, vamos aproveitar todas as sinergias e conhecimento para poder replicar aqui na Região. Isto é uma oportunidade de garantirmos às empresas e aos organismos regionais que devem destruir os seus documentos, mas com todas as condições de segurança. E nessa vertente, nós somos a melhor solução na Região. Não há mais”, salienta Paulo Veiga.
“O serviço já existe. Já fazemos esse serviço para clientes. Pode haver uma expansão para mais clientes. Com a nossa presença na Região não há desculpa nenhuma para que a destruição dos dados não seja feita com todas as condições de segurança , reforça o CEO da EAD.
EAD espera crescimento na Madeira e Ibéria
O CEO da EAD diz que, em 2023, na Madeira, existe a expetativa de crescimento nos clientes. “Estamos a apontar para 15 novos clientes. O ano passado foram 11”, sublinha Paulo Veiga. A EAD assinala 30 anos de existência e 14 anos na madeira. ”A Madeira foi a primeira experiência fora de Portugal Continental e foi como se abríssemos uma delegação ou empresa nova. Todos os ensinamentos, erros, e coisas boas aplicamos na expansão do grupo”, refere Paulo Veiga. O CEO da EAD explica que a empresa é líder de mercado, a maior empresa de gestão documental do pais, e top 5 da Península Ibérica. “Temos 400 pessoas e uma faturação de 15 milhões”, refere Paulo Veiga. “A economia espanhola é seis vezes superior à portuguesa. Há ali quatro empresas que faturam à volta de 20 milhões de euros. É difícil ir para o top 3. Pelo menos antes de 2025 não me parece que isso seja possível, a não ser que surja outra boa oportunidade”, explica.
Em 2022 a EAD apresentou um crescimento de 16% enquanto que na Madeira a subida foi de 5%.
“Para continuar a ter estas taxas de crescimento só por aquisição”. explica o CEO da EAD. “Conseguimos vender mais aos nossos clientes atuais. O que é muito bom para nós. Para nós é muito mais fácil trabalhar com as grandes multinacionais, com as grandes empresas regionais, com os grandes organismos do Estado, e continuar a gerar inovação, a oferecer serviços que são pertinentes para as empresas. Isto porque o ciclo de decisão e o ciclo de venda é muito fácil quando já são nossos clientes. Canalizamos os nossos serviços para o upselling. Estamos com uma taxa de conversão das propostas de 35%, o que é uma taxa brutal. A nível do sector é acima da média. O sector deve andar com taxas de conversão entre os 20% e os 25%”, diz o CEO da EAD.
EAD investe na Papiro
A EAD, como já tinha sido avançado na edição do Económico Madeira, de marco de 2023, vai investir 150 mil euros, na Papiro Expresso, para reforço da capacidade logística. A empresa de gestão documental tinha adquirido a Papiro em 2020. Com a Papiro Expresso pretende-se assegurar a entrega de encomendas em 24 horas.
O investimento inclui mais sete carros e condutores, a contratação de uma diretora logística, mais parcerias com operadores, e também reforço em localidades como Lisboa, Porto, na rota diária entre Lisboa-Porto, na Madeira e em São Miguel, nos Açores, locais onde passam a estar asseguradas encomendas em 24 horas.
“Temos a capacidade na Região Autónoma da Madeira de resolver o problema da última milha que é o grande problema da logística, salientou o CEO da EAD.