Numa altura onde se tendem a desvalorizar a importância das lideranças nas organizações, porque na verdade existem estruturas de apoio, clientes e logística e, portanto, TODOS, tem um pouco de líderes, ou treinadores, como é o caso no futebol.

Este é essencialmente um problema, ou forma de estar dos europeus, as lideranças são pouco reconhecidas, e quanto a mim erradamente. Todos sabem quem é o Tim Cook, o Elon Musk ou o Mark Zuckerberg. E europeus? Vivemos numa época de instantâneos e extremismos, celebramos vitórias rápidas e colocamos líderes em pedestais que se erguem em minutos e já poucos questionam se a verdadeira grandeza reside na capacidade de suportar desafios, navegar transições e construir estruturas que prosperem para além da sua liderança. Vivemos também numa altura em que se exigem bons resultados em todos os trimestres instantâneos, sendo o exemplo mais recente do também português, Carlos Tavares Ex-Ceo da Stellantis.

Vamos fazer um exercício de gestão, imaginemos Ruben Amorim era CEO de um Grupo Empresarial de alguma dimensão, por exemplo faturava 246M€ e contava com cerca de 500 trabalhadores.
Imaginemos ainda que o Chairman desse grupo empresarial recebe uma oferta de um concorrente noutro mercado, maior, mais evoluído onde esta essa empresa que fatura quase 800M€ e tem cerca de 1.110 trabalhadores para ceder essa equipa de gestão e ele aceita.

A Equipa de gestão, acorda os termos deste novo desafio, mas sem antes impor a si própria fechar duas grandes vendas, a primeira praticamente impossível contra um concorrente até à data praticamente imbatível e outra com uma “remontada”, como dizem os espanhóis e depois sim parte para o novo desafio.

Numa palavra, impressionante, ser Líder é arriscar, e ainda mais quando a confiança na equipa é total, porque ninguém arriscaria perder estas duas vendas e não sair pela porta grande, se não tivesse uma profunda convicção que seria possível fazer o que fez.

De facto, a sorte protege os audazes, ou não é bem assim? Ora vejam, estamos agora noutro campeonato empresarial, enfrentando um ecossistema completamente diferente, e a equipa Invencível, premium enfrenta dificuldades ainda não conhecidas e os primeiros resultados deixam algo a desejar. Portanto, a receita de sucesso num determinado mercado, não é transferida, como por magia e o êxito é contínuo. A base é idêntica, mas há muitas diferenças.

Assim sendo qual a solução? Não é fácil nos dias que correm, mas é ao mesmo tempo simples, tal como no futebol, mas empresas é preciso dar tempo ao tempo. Não há garantias, mas a competência, o conhecimento e a experiência estão lá. Os mercados são voláteis os resultados necessários todas as semanas, mas o bom trabalho acabara por compensar.

Portanto, como o que peço aos ingleses é que deem tempo e condições à nova equipa de gestão para que depois do legado Ronaldo e Mourinho (Special one), se inicie agora o legado do Smile one, o Português Ruben Amorim, que como benfiquista, gostaria muito de o voltar a ver no meu clube.

A sua ida para o Manchester United expôs uma verdade que muitas organizações – quer sejam equipas de futebol ou empresas multinacionais – têm dificuldade em enfrentar: a liderança é substituível, mas nenhum líder deve ser indispensável.

Guardiola planeou cuidadosamente a sua saída do Barcelona para minimizar as perturbações, e Sir Alex Ferguson orquestrou uma transição suave no Manchester United (mesmo que os gestores subsequentes se tenham esforçado por manter o seu legado). Em ambos os casos, as suas saídas refletiram obviamente ambição, mas também responsabilidade – algo que todos os líderes devem ter em conta, a bem das suas organizações.

(in https://linktoleaders.com/ceo-ruben-amorim-paulo-veiga-ead)